quinta-feira, agosto 31, 2006

Hoje Sinto... - noite - dia 59 (31/08/2006) - ano 1

Hoje sinto-me bem. Aliás, nos últimos dias, tenho-me sentido muito bem. Ando a rir e a cantar pelos cantos.

Julgo que esta não é a imagem que costumo transmitir aqui no blog (Corrijam-me se estiver errada). Tenho a noção de que escrevo muito mais quando estou triste ou um pouco deprimida. Por isso os post são maioritariamente sobre as minhas questões internas. Talvez vos transmita a ideia de que ando sempre deprimida. No entanto, esclareço aqui, que os meus dias não são todos negros.

Felizmente, tenho diariamente bons momento de felicidade aos quais me agarro, com unhas e dentes, para poder suportar as arestas da pedra que transporto no meu sapato. Há dias em que isto é suficiente, há dias em que não.

Uma das coisas que me tem alegrado, ultimamente, tem sido a minha vida profissional. Aliás, quero agradecer as mensagens de apoio. A reunião correu muito bem. Fui uma menina bonita, levei tudo preparadinho e correu tudo sobre rodas.

Este trabalho é importante para mim, e o nervosismo, da hora de almoço, era aquele friozinho na barriga que todos nós temos em acontecimentos importantes ou novos. Esta reunião foi o iniciar de um trabalho que quero fazer durante muito tempo. Começo agora a construir o meu lugar numa carreira nova...e sinto que a incerteza profissional está a chegar ao fim. Pelo menos tenho essa esperança. Em tudo o que depender de mim, vou trabalhar para que assim seja.

Quanto aos assuntos do coração, têm andado mais calmos, mas não sei se isto decorre de maior compreensão, se da ausência do ex-amor (está de férias). O futuro o dirá! Por agora sinto-me bem.

Dia dos Blogs





"Durante o dia 31 de Agosto, bloggers de todo o mundo farão um post a recomendar a visita a novos blogs, de preferência, blogs de cultura, pontos de vista ou atitude diferentes do seu próprio blog. Nesse dia, os leitores de blogs poderão navegar e descobrir blogs desconhecidos, celebrando a descoberta de novas pessoas e novos bloggers."

Ai meu Deus, foi tão difícil escolher. Peço, desde já, desculpa a todos os outros que eu visito e amo [cuja lista se encontra ao lado sob a categoria "Rabiscos Alheios" ou nas páginas que fazem referência ao Rabisco (s)].

Então, as minha escolhas são:

- Por me divertirem O Criminoso e o Blog da tia Cremilde
- Pela classe e pelos conhecimentos O Blog da Sabedoria
- Pelas escolhas artísticas e pelas palavras bonitas o Infinito de nós dois
- Pelo coragem e pelo picante Realidades e Fantasias e Delta de Vénus
- Pelas escolhas poéticas o Palavras que me tocam...
- Pelo talento fotográfico Oh Captain, Two Roads e FotoBen
- E, last but not least, pelas visitas, pelos comentários, pela amizade, pelas confissões pessoais, pelo apoio, pelo crescimento pessoal que me proporcionam, : Tessa - Serpente 8, SerEu, Joshua, Mundo através dos meus olhos, Confucio, Apetecia-me um Blog, o retornado Do Pipo ó Copo, Dona-Redonda e Crédito para Habitação. Desculpem se me esqueci de alguém. Vejam na lista aqui ao lado. : )

Post de auto-motivação

Vou ter uma reunião importante logo à tarde. A minha primeira reunião de coordenação e estou com um friozinho na barriga!! Estou com um nervoso miudinho!!

Quando chegar a hora passa! Subo nos saltos, meto a máscara de menina forte, segura e decidida e é tudo meu!!

: ) : )

Publicidade: Run Free

Nova publicidade da NIKE - Run Free

Quem diria que isto é publicidade??
Para mim são peças de arte: pela qualidade e pela mensagem.

Fonte: O Jumento

quarta-feira, agosto 30, 2006

Naif II

Quando coloquei o post anterior, pensei “era tão bom que a vida fosse vivida com esta ingenuidade tão pura”. Porque este quadro, na sua ingenuidade, retrata a realidade do trabalho no campo (ou a realidade da vida) nas suas cores mais bonitas.

Mas, agora, quando olhei novamente para ele, perguntei-me: porque é que não vemos a cara de ninguém? Que escondem estas personagens? Começo agora a pensar que esta ingenuidade pode não ser assim tão pura. Pode ser propositada.

A autora parece ter, propositadamente, escondido e ignorado que este trabalho é feito ao sol, à chuva e ao vento; que dá muitas dores de costas, nos pés e muitos cortes nas mãos. Se assim for, é uma "ingenuidade" fabricada que opta por ignorar o sofrimento. Se assim for, esta pintura naif, não tem nada de naif. :)

Deste modo, a minha atracção para esta pintura talvez se deva à opção da autora em olhar para o lado bom da vida. Apesar de ser, na generalidade, uma optimista, quero fazê-lo com mais frequência. No entanto, nem sempre temos esta capacidade, nem acho que o devamos fazer sempre. Sou da opinião de que devemos conhecer as nossas dores e sofrimentos. Se os ignorarmos, eles voltarão um dia a exigir a nossa atenção. Como tal, é melhor encará-los, conhecê-los e transformá-los em algo bom.

Para vocês, isto que disse, faz sentido ?

Naif


Florada no campo de Malu Delibo (Pintora Brasileira)


Amo esta ingenuidade que ignora dores e cansaços
e apenas vê as coisas boas da vida.

terça-feira, agosto 29, 2006

Hoje Sinto... - manhã - dia 57 (29/08/2006) - ano 1


...o início da SERENIDADE.


Foto: "le quartz bleu dans l'agate" de Michel Corboz

segunda-feira, agosto 28, 2006

Rasgo por fim o longo silêncio

Hoje visitei o blog do Cláudio e revi-me nestas suas palavras


Rasgo por fim o longo silêncio



Neste degredo solitário
feito de tácitas cumplicidades
a que os anos me acomodaram,
rasgo por fim o longo silêncio
chamando a mim a força de braços
que imponha a distância de tudo aquilo
que aniquila e envenena a alma
e a distrai do eflúvio essencial da vida.



Cláudio

Segundas-feiras...uma outra perspectiva!



Cliquem no cartoon para aumentar.

Pensamentos espoletados por vós

Durante a semana passada, alguns de vocês deixaram comentários que me fizeram pensar.


Sda:

“A certa altura da minha vida tive que parar para pedir ajuda. Não aceitava a minha natureza, andava em conflito permanente comigo e, consequentemente com os outros. (…) A pessoa que me ajudou disse-me, um dia, na cara, que eu não acreditava que queria aceitar-me. Porquê? Porque eu não acreditava em mim, não acreditava naquilo que queria dizer a mim mesmo! Foi aqui que tudo começou a mudar, e a mudar a uma velocidade que hoje ainda tenho dificuldade em perceber como foi possível!”

Tessa:

“(…) não acredito que a tua auto-estima esteja destruída.
Ela existe e está só abalada.
Estás com muitas dúvidas acerca de ti. Mas posso dizer-te que poderás avançar mais se aceitares que és como és.
Perceber como és e aceitares, esse é o segredo. A haver mudança ela só acontece depois da aceitação.”


Este fim-de-semana estive a pensar no que o Sda e a Tessa disseram e ao longo destes últimos dias fui escrevendo uma ideias…




…sobre quem sou!


Coloco-me a questão “quem sou eu?”, mas eu sei quem sou. O problema é que eu sempre me senti dual. Tenho duas Menina Rabiscos que vivem em mim e através das quais vivo. Não entendam com isto que tenho dupla personalidade. : ) Não é o caso!! : ) : )


Existem em mim duas Meninas Rabiscos. Uma é a Menina Rabisco Real. É a mais verdadeira. A que se ocupa de todos os sentimentos. É a minha essência. A outra é a Menina Rabisco Desejada. É quem eu sempre julguei que era e é quem eu sempre desejei/desejo ser.

A menina real é uma menina frágil, dolorida, que se sente espezinhada, que está combalida e cheia de feridas por sarar. A menina desejada é a minha máscara para o mundo. É como eu me projecto para os outros. É como os outros geralmente me veêm. É a auto-imagem que eu gostaria de ter.


Esta Menina Rabisco é a mulher mais forte do mundo. Consegue tudo o que quer. E aqui surge um problema…a Menina Rabisco Frágil existe porque eu não consegui tudo o que quis. Ou não consegui coisas importantes para mim, da maneira como quis tê-las. Não consegui o amor do meu pai e o amor do meu “ex-amor” da forma como sempre imaginei. São dois homens que gostam de mim, mas à sua maneira, não à minha.


A Menina Rabisco Forte surgiu porque eu sempre quis ocultar esta dor e este desamor do mundo. Nunca quis que ninguém soubesse o que eu sentia. No fundo acho que sentia vergonha de dar a ver aos outros que pensava que o meu pai não me amava. Primeiro, porque isso o iria magoar. Depois porque as pessoas o negariam. Depois porque eu seria ridicularizada. As pessoas diriam “Não sejas tola! Que parvoíce!! É claro que o teu pai te ama. Ele é teu pai!” Depois porque isso evidenciava que eu era diferente das outras crianças, porque as outras crianças tinham pais carinhosos.


Mais tarde a Menina Rabisco Forte ganhou raízes profundas porque queria mostrar ao meu pai que conseguia “viver sem ele” e apliquei-me nos estudos. No fundo utilizei os estudos como forma de me evidenciar perante o meu pai. Na realidade estava à procura de elogios e do seu orgulho em mim. (Consegui-o!)


Perante isto, hoje constato que a Menina Forte domina a minha vida profissional e social e que a Menina Frágil comanda a minha vida emocional, mas há uma que vai ter que dominar toda a minha vida. Adivinham qual vai ser??



Foto: Two hearts, one blue by O Caritas




…sobre o “Desajustamento entre o ‘querer’ e o ‘crer’”.


Tens Razão Sda: quero mudar, mas ainda não creio no que digo a mim própria. No fundo de mim, ainda não acredito que o meu pai me ama. Ainda não acredito realmente que consiga amar de outra forma ou outra pessoa. Ainda não acredito que consiga mudar.


Conscientemente sei que o meu pai me ama. Inconscientemente a menina frágil ainda não acredita nisso. E por esse motivo…continua a lutar por provas de amor que o consciente já vê, mas que o inconsciente teima em não acreditar que existem.


Em relação ao ex-amor ainda há passos grandes a dar. Conscientemente ainda me projecto na vida com ele. Conscientemente quero deixar de me ver com ele, mas ainda não acredito.

Quando digo a mim própria que este amor não tem futuro. Não acredito nas minhas palavras. E todos os dias enfrento uma batalha comigo própria para não o contactar, para não iniciar um novo ciclo.


Depois de pensar sobre isto percebi porque resisto tanto em mudar.

Resisto porque ainda sinto que, aceitar o amor do meu pai como ele é, e aceitar que a minha vida pode ser vivida sem o meu ex-amor, é DESISTIR. Para uma pessoa que sempre encarou o amor como uma luta…desistir é como uma DERROTA. Ainda sinto que deixar de lutar pelo amor dos dois é desistir do amor. E isso dói muito.


A questão é aceitar esta derrota?! Para viver outras vitórias?!


Julgo que a solução tem duas vertentes muito interligadas. Por um lado, aceitar o amor do meu pai da forma como ele se expressa. Acreditar que ele me ama. Por outro, reformular o meu conceito de amor. Reformular a forma como vivo o amor.


Conscientemente sei que o amor não é, nem deve ser esta luta dolorosa. Amor não é dor. O amor não nos deve fazer sentir mal. Quando causa dor, alguma coisa está errada.

Inconscientemente ainda acredito na ideia romântica [e perfeitamente estúpida!] de que quanto mais se sofre mais se ama.


Julgo que quando conseguir aceitar estas duas ideias, deixarei de sentir necessidade de lutar pelo amor de qualquer pessoa. Terei a capacidade de escolher para amar, pessoas que me podem amar.


Nessa altura deixarei de tolerar pessoas que me “desamam”. Terei a capacidade de escolher quem esteja disponível para amar da forma como eu desejo ser amada. Terei a capacidade de deixar de lado o amor-dor. Nessa altura, terei a capacidade de me amar. Nessa altura, a Menina Rabisco Frágil deixará de ter razões para existir.


Tenho que me dar autorização para desistir de lutar. Não faz sentido lutar pelo que já tenho. Sim, porque eu já tenho o amor do meu pai.


E agora?? Como é que eu passo a acreditar no que escrevi?? Como passo a acreditar no que sei que é bom para mim?? Como passo a acreditar no que digo a mim própria??




…sobre a mágoa e a tristeza


Natasha:

“Não conheço bem a tua situação com o teu pai, mas vejo que falas dele com certa mágoa e tristeza. Não compreendes porque ele não te pode amar da maneira que tu precisas.”


Para mim, o facto de falar do meu pai já é um sinal de que a mágoa está a desaparecer. Noutra altura, a mágoa era bastante forte e eu nem comigo própria falava sobre ela. Aos poucos fui percebendo os porquês do comportamento do meu pai e fui falando sobre eles comigo própria. Hoje já consigo falar disto a alguns amigos.


O meu pai não me amava da forma como eu desejava devido a problemas seus (devido à morte da minha avó, quando era muito novo) e devido à forma como foi educado. Os meus avós sempre foram bons pais, mas também foram pouco afectuosos. O meu pai ficou com essa mágoa e, inconscientemente, repetiu a situação comigo e com a minha irmã. No fundo, a falta de afectividade que descreveste em relação à tua mãe, foi o que eu vivi com o meu pai. De resto, não tenho mais queixas nenhumas dele. E sei que me ama porque sempre esteve ao meu lado em tudo. Foi graças a ele que estudei, foi ele que me ajudou economicamente num momento de dificuldade…e hoje sei que é esta é a sua forma de mostrar que me ama.


Hoje a minha relação diária com o meu pai já é pacífica. Nunca foi tão boa. O facto de eu , aqui, falar muito dela, tem a ver com o processo de compreensão e aceitação do formato da nossa relação. Falo dela porque ela influenciou uma grande parte do que sou e porque nela está a chave para avançar para uma nova fase.


Como tu fizeste um dia, ao encarares a Natasha pequenina, eu estou agora a encarar a Menina Rabisco. E este blog é uma ferramenta para isso mesmo. Registo os meus pensamentos, da forma mais sincera que posso e sei, para que possa recuar e andar para a frente. Às vezes, ler o que escrevi no passado, faz-me compreendo tudo de outra forma. Esta é a minha ferramenta na procura da minha estabilidade emocional.


Se quiseres saber um pouco mais sobre a minha relação com o meu pai lê o post Calcanhar de Aquiles II ou "A Segunda Grande Saída da Concha".

Aos amigos que me espicaçam com as suas ideias e experiências, o meu muito obrigado!


Foto: Gift by Joanna_pl

sexta-feira, agosto 25, 2006

Mulheres que amam demais II

Adenda e Esclarecimento:

Vim apenas esclarecer que, o que tentei explicar, no post anterior, apenas se restringe a um grupo de mulheres. Não é a tendência de amar todas as mulheres. Não é um "erro" que as mulheres tendem a cometer. É apenas uma das muitas formas de amar existentes. É uma forma de amar problemática porque decorre de questões psicológicas por resolver. É uma forma de amar problemática porque causa dor. E amor não é dor.

O termo "amar demais" não foi inventado por mim. Conheci-o no livro que referi e do qual vou deixar a referência, se alguém estiver interessado em aprofundar o tema:

Robin Norwood.2002. "Mulheres que amam demais".Cascais:Sinais de Fogo

A autora é conselheira matrimonial, psicoterapeuta familiar e infantil.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Mulheres que amam demais

Perante o post que escrevi sobre a Paridade, o Jorge fez o seguinte comentário/questão:

“Pensamento singelo:
Haverá muitos homens na tua situação?
Se sim, haverá muitas mulheres que ajam como o teu ex-amor?
Eu acho que as mulheres e os homens são completamente diferentes, felizmente!”

A tua questão não é nada simples e tem bastante conteúdo. Vou tentar explicar o que é amar demais. Peço desculpa aos psicólogos pela leviandade, mas irei apenas falar da minha experiência e de algumas ideias que fui lendo aqui e ali.

Respondendo à questão: "Haverá muitos homens na tua situação?" Julgo que haverão alguns, mas não é muito frequente. Existe um livro, de uma psicóloga americana, sobre a situação que eu estou a viver, que se chama "Mulheres que amam demais". O facto do título referir mulheres não surgiu por acaso.

Julgo que existem mais mulheres nestas situação porque uma das características das mulheres que amam demais é serem "cuidadoras". É "tomarem conta de..." alguém, e este papel é socialmente atribuído/ensinado às mulheres. Por outro lado, os homens que escolhem mulheres que amam demais são frequentemente pessoas carentes, que também possuem alguma questão do foro íntimo por resolver.

Se existe esta complementariedade de "salvador" e de "pessoa que precisa de ajuda", porque é que as coisas não correm bem?

Porque possuem formas de amar distintas. Porque ambos têm um problema íntimo por resolver. Nestas mulheres o problema leva-las a amarem demais. Nestes homens, o problema impede-os de se envolverem emocionalmente com as outras pessoas. Por exemplo, é frequente dizerem que nunca amaram, ou que não sabem exactamente o que é o amor. Eu ouvi isto algumas vezes da boca do meu ex-amor e não compreendia o que ele queria dizer. Achava que não era possível. Não compreendia…porque eu amo da forma oposta.

Por outro lado, apesar de existir uma "salvadora" e uma "pessoa que precisa de ajuda" não houve um pedido de ajuda.

Nós, as mulheres que amam demais, achamos sempre que os podemos ajudar. Achamos que podemos ser as suas "salvadoras". Achamos que os podemos mudar. No entanto, esquecemo-nos de que eles não pediram a nossa ajuda. No máximo pedem-nos que sejamos fortes e que os apoiemos. Não nos pedem que os ajudemos a mudar. Não nos pedem que esmiucemos a razão do seu problema. Não nos pedem para os levarmos a encarar a dor. Não nos pedem que a curemos. O meu ex-amor não me pediu que eu o ajudasse, mas foi isso que eu sempre assumi. Esqueci-me que, para resolver um problema interno, o próprio tem que o querer resolver.

Para além destas questões existe ainda um outro elemento importante: nós, mulheres que amamos demais, assumimos também o papel da "guerreira". Vivemos a ideia de que "Se eu lutar por ele, ele vai gostar de mim! Se eu sofrer por ele, ele vai me amar! Se eu lhe mostrar o quanto o amo, ele vai mudar!" Esta ideia e o facto destes homens não se envolverem emocionalmente, levam-nos a um ciclo repetitivo de amor – luta – rejeição – dor – amor – luta – rejeição - dor... No fundo, vivemos o conceito de que amor é dor.

Resultado: construímos uma dinâmica de complementaridade e afastamento ao mesmo tempo. Temos a mulher que procura ajudar o homem a quem ama demais e temos o homem que não quer os seus cuidados e rejeita envolver-se.

Segundo os psicólogos, existem casais que vivem esta dinâmica uma vida inteira. No entanto, se algum dia, algum deles resolve os seus problemas emocionais, o mais provável é que se separarem. Para um deles, esta dinâmica torna-se insuportável. Para um deles, já não existe razão para este cirandar, para esta "dança" de patologias. : )

Voltando às questões do Jorge, se respondi que existem alguns homens que amam demais, também devem existir algumas mulheres que não se envolvem emocionalmente. No fundo, são papéis e patologias complementares e dependentes uma da outra.

Sobre as diferenças entre homens e mulheres. Concordo que podemos ter formas completamente diferentes de amar. Concordo que, na maioria das situações somos muito diferentes, mas julgo que esta diferença apenas ocorre porque somos social e culturalmente "moldados" para papéis diferentes. Não me parece que existam aqui outros factores. Sou da opinião de que, o facto desta patologia [não sei se este será o termo correcto] ser mais frequente entre as mulheres, se deve em grande medida à forma como cada um dos géneros é socializado e aos papéis atribuídos a cada um deles. No fundo, vejo aqui a (tradicional) mulher “sensível” em oposição ao (tradicional) homem “que não mostra os seus sentimentos”.


PS: Esta “patologia” tem outros elementos/nuances importantes e interessantes, de que depois vos falarei aos poucos e poucos.
PS2:Os psicólogos que me perdoem alguma incorrecção.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Paridade

Perante a discussão sobre a paridade no parlamento, pergunto eu:
O parlamento é dominado pelos homens porquê?
Vamos a votações:

1) por interesses partidários e lobbies internos a cada partido;
2) porque ainda existem muitas Luísas no mundo que têm trabalhar, cuidar SOZINHAS da casa, dos filhos e do maridinho, para que este se possa esticar no sofá, em frente à TV;
3) as duas hipóteses anteriores
4) outro motivo.

Risquem o que quiserem em baixo. Quanto a mim, voto na 3 e penso que a Lei da Paridade não vai mudar nada.

Hoje acreditei!!!

O Jorge recordou-me de mais uma prova da fraqueza da minha auto-estima.

Tenho algumas pessoas que gostam de mim e que me dizem, com alguma frequência, que sou uma pessoa bonita. Normalmente não acredito! Penso frequente que as pessoas me julgam pelo lado negativo e, quando elas não o fazem, eu não acredito!

Hoje, quando o Jorge me disse, acreditei!

As questões que se colocam neste momento são...
...porque é que eu não costumo acreditar? Porque o meu pai nunca mo disse!
...porque é que hoje acreditei? Não sei se foi porque me sinto bem, se foi porque o Jorge apenas me conhece pelo que escrevo, mas acreditei.

Obrigada, Jorge!

terça-feira, agosto 22, 2006

Hoje Sinto... - noite - dia 50 (22/08/2006) - ano 1

Escrevi o texto, que publiquei no post anterior, ontem à noite...e adormeci assim...
Hoje acordei assim...

...relaxada
...sorridente
...calma
...sem as ansiedades dos últimos dias (IUPI!!!)
...a amar a vida
...com a certeza de que tudo vai melhorar
...com a certeza de que ainda vou ser muito feliz!

Julgo que admitir que a minha auto-estima sempre foi muito pequena fez-me muito bem. Nunca o tinha feito tão claramente. Nunca o tinha feito, porque sempre me vi como uma pessoa forte, determinada, dona do meu nariz. A verdade é que nem sempre sou assim. Coloco essa máscara em público...e, durante muito tempo, convenci-me de que esse era o meu verdadeiro eu. Hoje penso que será o meu EU FUTURO.

Ontem também tive consciência de que a minha história com o meu pai ainda não está pacificada dentro de mim. Já está pacificada no dia-á-dia. Já está pacificada no meu consciente. No meu inconsciente, no meu íntimo, esta paz ainda não está sedimentada. Ainda não criou raízes. É necessário substituir a planta "o meu pai não me ama!" pela raíz "o meu pai ama-me!" e deixá-la crescer! É necessário torná-la a base para o crescimento do meu amor próprio.

É a velha história..."Se eu não gostar de mim, quem gostará?"

Obrigado a todos pelo vosso apoio e CARINHO. Um abraço forte.


Foto por Gadgetgirl

Rotunda II - Resposta aos comentários

Obrigada a todos pelos comentários. Gosto muito destes diálogos. Desta troca de ideias.

Tessa,
obrigada pelos parabéns. Foi a minha primeira conquista nesta batalha que ainda vai ser longa. :)


Natasha,
não tenho a ideia de que todos os homens são todos iguais. Não gosto desses estereótipos. Se queres que te diga, quando penso na minha situação é raro colocar culpas. Não me culpo nem a mim, nem a ele. Penso assim porque já distrincei algumas das razões pelas quais nos escolhemos. São razões internas a cada um de nós e que transcendem as fronteiras da nossa relação. São razões que formataram toda a nossa vida e todos os modos como nos relacionarmos com os outros. São razões que afectam a nossa forma de amar qualquer pessoa, não apenas um ao outro. As minhas...já as expus um pouco aqui: relacionam-se com o modo de amar do meu pai. Das razões dele...falarei um dia.

O que questiono neste momento...é quem sou? Porque é que me comporto de determinada maneira? Porque escolho constantemente um homem que não se envolve?

Muitas pessoas dizem que não escolhemos a pessoa que amamos. Eu não penso assim. Penso que escolhemos as pessoas que podem satisfazer as nossas necessidades. Escolhi este homem porque com ele tenho a mesma forma de amar que tinha com o meu pai. Nas profundezas do meu inconsciente tento constantemente conquistar o amor do meu pai, através da conquista do amor deste homem. A charada para este problema está na minha relação com o meu pai e não na minha relação com ele. Quando eu pacificar completamente na minha cabeça e no meu coração, a ideia de que o meu pai me ama, conseguirei escolher uma pessoa que se envolva, uma pessoa que ame de modo diferente. Poderei aprender realmente que amor não é sinónimo de dor.

A resposta ao quem sou eu ainda está muito escondida, mas também está muito relacionada com tudo isto. Julgo que o facto de pensar que o meu pai não me amava, destruiu a minha auto-estima, o meu amor-próprio. É por isso que eu permito que me "desamem" desta forma. Nos recôndidos do meu inconsciente penso: "se eu não mereço o amor do meu pai, não mereço o amor de ninguém. Não mereço nem o meu próprio amor." Ao pensar assim permito o desamor, o abuso emocional, por parte da pessoa que escolhi para amar.

Às vezes questiono-me: será que o amo mesmo? Ou amo a ideia da conquista!? Amo este processo de luta, esta excitação!? Amo esta montanha russa de emoções que me ocupa a mente e me esconde de mim!?
A intensidade das emoções que vivo é um óptimo escudo do que realmente sou. Escondo-me para não ver que não gosto de mim. Escondo-me de mim, para não ver que autorizo este desamor. Deste modo, a minha auto-estima, não foi destruída por ele, não foi destruída pela nossa relação. A minha auto-estima já estava destruída há muito tempo. Caso contrário, ele nem teria entrado na minha vida!

Jorge,
muito obrigada por confiar em nós. : ) Força!!

Um abraço forte a todos.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Rotunda



Circle Street by Wayne Thiebaud (1985)



"(...) o caminho tem dois sentidos, quem escolhe seguir um, não o pode partilhar com quem está noutro lugar ou vai em sentido oposto. Deixe esta rotunda." (Jorge Pereira, comentário a o post O meu "ex-amor")

Jorge, gostei do que escreveu. Faz todo o sentido. Julgo estar a começar a virar para aquele pequeno caminho alternativo. Aquele que sempre teimei/teimo em não ver. No entanto, perante esta nova possibilidade, surge o medo do desconhecido, o medo do que vai ser o futuro.

Teima em surgir dentro de mim, por um lado, o medo de escolher novamente uma pessoa que não se envolva emocionalmente; por outro, o medo de utilizar padrões de comportamento até agora desconhecidos. O medo de amar de outra forma. São estes medos que me fazem recuar novamente para a rotunda. São estes os medos que me levam de regresso aos ciclos de amor, luta, rejeição, dor, amor, luta, rejeição, dor...

Na Rotunda tenho a segurança do mundo que já conheço. Nela tenho os comportamentos que sempre conheci.

Ainda me falta a coragem para encarar completamente um caminho novo. Ainda não a tenho, mas tenho a certeza de que ela virá um dia próximo. Tenho esta certeza porque estes sentimentos estão a tornar-se insuportáveis.


"(...) Sobre o desafio, a que eu chamo exposição, gostaria de dizer que admiro a coragem de quem o faz, considerando que a tentativa é de chegar a determinada pessoa, onde reside toda a importância do que aqui se diz. No entanto, a blogosfera tem os seus problemas, tão depressa estamos acompanhados por milhares de amigos que nos aconchegam de abraços e beijinhos, como no momento seguinte abrimos os olhos e vamos dormir sozinhos. Tem os seus perigos, como tudo o que socialmente nos relacciona. Os verdadeiros carinhos são de uma mão amiga, que nos toca quando menos o esperamos, onde mais queremos e quando mais precisamos."
(Jorge Pereira, comentário ao post anterior)

Concordo consigo. Existe realmente essa possibilidade da presença dos amigos virtuais não ser suficiente. Eu ainda não senti isso.

A blogoesfera tem-me dado liberdade. Tem-me ensinado a não me esconder dos outros. Tanto que esta aprendizagem já transbordou para a vida real. Já fui capaz de contar a uma amiga o que se passou e o que se está a passar na minha vida. Isto é uma grande conquista, pois confiar a minha intimidade aos outros é algo que eu não fazia há muitos anos.

Obrigada pelos seus comentários. Volte sempre.

domingo, agosto 20, 2006

As minhas etiquetas

O Criminoso mais mafioso da blogoesfera lançou-me o desafio de me auto-etiquetar. A quem interessar aqui ficam as 6 etiquetas que me dão a conhecer um pouco.

Etiqueta 1: Amo demais

Amo demasiado um homem que não me ama. Amo demais um homem emocionalmente inacessível. Teimo em lutar por este amor há 10 anos, porque ainda só conheço esta forma de amar que associa o amor, a luta, a rejeição e a dor.

Aprendi a amar assim através de um conjunto de vivências que tive durante o meu crescimento e através do modo de amar dos meus pais. Hoje procuro outras formas de amar. Ainda não encontrei. Ainda não aceitei amar sem dor.

Etiqueta 2: Madre Teresa de Cálcuta

Tenho a mania que sou a Madre Teresa de Calcutá. Tenho a mania de que consigo ajudar tudo e todos. Resultado é raro dizer não quando me pedem algo. É frequente dizer sim a um pedido, apesar de não me apetecer fazê-lo. No fundo, procuro reconhecimento pelos meus actos. Busco amor nestas pequenas coisas. Estou a aprender lentamente a dizer "Não me parece...", em vez de sim a tudo.

Etiqueta 3: Lutadora

Em tudo. Para o bem e para o mal. Luto por tudo o que quero. A nível profissional orgulho-me de algumas conquistas e julgo estar a começar a ter os dividendos da minha batalha. A nível afectivo, ainda não conheço outra forma de amar. Cresci a lutar pelo amor do meu pai (um homem emocionalmente inacessível). Luto "desde sempre" pelo amor do Meu grande amor (um homem emocionalmente inacessível). Hoje é o meu desejo eliminar esta etiqueta do campo afectivo e passar a olhar para os homens emocionalmente acessíveis. Esta é uma das minhas lutas diárias. :)

Etiqueta 4: Segura na insegurança

Sou segura: esta é a imagem que transmito a todos. É desta forma que a maioria das pessoas me vê (excluo daqui os amigos da blogoesfera, que são quem conhece o que me vai na alma!). É esta a imagem que projecto de mim e foi assim que me vi durante a maioria da minha vida.

Sou insegura: tomei consciência da minha necessidade de apoio e colo à muito pouco tempo. Foi um choque! Nesse momento, tive consciência de que não era quem pensava, tive consciência de que mentia a tudo e a todos. Mentia até a mim própria.

Sou insegura porque não me senti amada durante grande parte da minha vida. Sou insegura porque dependo do amor do meu pai para me sentir confiante. Convenci-me de que sou segura porque esta era a minha arma para despertar a sua atenção. Confiei na minha inteligência, nas minhas capacidades intelectuais e estudei. Estudei para que ele reconhece-se as minhas conquistas...e me amasse por isso!

Etiqueta 5: Montanha Russa

Os meus dias nunca são pacifícos. Vivo diariamente uma montanha russa de emoções contraditórias, opostas, semelhantes. Talvez seja por isso que eu ame as minhas rotinas. No fundo são elas que me seguram à terra. São elas que me estabilizam quando, internamente, tudo anda aos saltos.

Etiqueta 6: Mudança

É o que desejo viver neste momento. É a minha luta actual. Compeender-me para poder mudar. Compreender-me para ser feliz. No entanto, todos temos medo do desconhecido. Eu não sou diferente. Tenho medo de mudar....e, apesar de querer mudar, ainda me agarro às raízes que me impedem de seguir um novo caminho.


Pronto. Já está.
Espero não ter falado demasiado para mim e espero ter sido clara. Se não fui, perguntem ou comentem o que quiserem.

Agora chegou o momento de desafiar 6 amigos a etiquetarem-se. Escolhi:

- a Tessa do Tessa - Serpente 8
- o SDA do Ser Eu
- o Cláudio do Apetecia-me um blog
- a Maria Papoila do Crédito à Habitação
- a Natasha do Mundo através dos meus olhos
- a Redonda do Dona-Redonda

Espero que aceitem o meu desafio!

Hoje Sinto... - noite - dia 48 (20/08/2006) - ano 1

Tenho fugido à escrita porque não me apetece encarar o meu retrocesso.
Tenho saudades.
Prossegue dentro de mim uma luta incessante entre o coração e a razão. O coração quer estar contigo, quer lutar por ti; a razão diz: afasta-te.

Estou muito angustiada.

Lágrimas ocultas



Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
 
Florbela Espanca (Poetisa Portuguesa, 1894-1930)


Foto: You will be missed, by BidWiya

sábado, agosto 19, 2006

Bom Fim-de-Semana

sexta-feira, agosto 18, 2006

O Meu "ex-amor"

Gostaria de dizer que o meu ex-amor já não está no meu coração, mas ainda não sinto isso. Chamo-lhe ex-amor porque não está comigo. Chamo-lhe ex-amor para me convencer a mim própria de que este é o seu estatuto. Infelizmente, o facto de sair com outras pessoas não quer dizer nada. Sempre saí com outras pessoas, mas coloco barreiras à aproximação. Coloco frequentemente barreiras ao início de um novo relacionamento. Com o amigo de que vos falei não está a ser diferente. Gosto de sair com ele. Divirto-me imenso. Mas é só isso. Ainda não criei espaço no meu coração para outro amor. Como diz a Tessa tenho que desfazer, cortar, quebrar as amarras para me sentir bem e amar outra pessoa.

SdA, o facto de eu enviar um beijo ao meu “ex-amor” não tem nada de puro. Pelo contrário. Tenho consciência de que este beijo está carregado de intenções. O facto de não me incompatibilizar com o meu “ex-amor” também não tem nada de puro. No meu caso seria melhor se houvesse uma incompatibilização. Facilitaria o meu processo de cura. No entanto, não me posso incompatibilizar literalmente/totalmente, porque este amor foi um amor escondido. É um amor “proibido”. Eliminar todos os laços faria com que todas as pessoas que nos rodeiam soubessem o que se passou.

Como vês, não tenho o segredo de “como manter a amizade com o ex-amor”. Mantenho a minha por factores externos. Mantenho a minha porque ainda não me consigo ausentar da sua vida. Mantenho a minha porque ainda não o consigo ver fora da minha. Julgo que as incompatibilizações nem sempre são más. Muitas vezes são um mal necessário para que fiquemos bem. Sei-o, porque já o fiz uma vez (com este “ex-amor”), e depois da angústia inicial, vivi os momentos de maior paz da minha vida.

Agora…só tenho coragem para me afastar, limitar os contactos, sem incompatibilizações.

Muito obrigado a todos pelos comentários. Ajudam-me a pensar.

Beijinhos, Menina Rabisco.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Parabéns Meu ex-amor!!


O Meu ex-amor faz anos hoje! Não resisti a enviar-lhe um beijo.



Foto: Le Baiser de L'hotel de Ville, by Robert Doisneau

Parabéns Mana!!



Foto: Vestido eterno (1999) by Flor Garduño

Hoje Sinto... - noite - dia 44 (16/08/2006) - ano 1

Hoje foi um dia muito bom. De manhã estava um pouco ansiosa por ser o meu primerio dia de trabalho, mas depois tudo correu bem. Gostei das pessoas, do trabalho e do ambiente. Tem tudo para dar certo.

A noite ainda foi melhor. Faduncho!! Chorei por dentro porque os fados puxam-me a alma, mas também me ri muito dos e com os castiços. Há muito tempo que não me ria tanto. : )

O convite veio de um amigo que me anda a rodear. Suspeito que vou ter de tomar outra decisão urgentemente. Gosto imenso de estar com ele: conversa muito interessante, risota garantida, discussões ideológicas que me estimulam muito. Teria tudo de bom para dar certo se eu não estabelecesse comparações com o Meu ex-amor, em que, apesar de tudo, o meu amigo perde.

Noite de Fados


Fado
de José Malhoa

Esta noite tive um convite surpresa para uma noite de Fado Vadio. Há imenso tempo que estava para ir...e adorei. O espaço e os fadistas eram muito castiços, os petiscos e a sangria estavam excelentes, a conversa e a risota foi do melhor. Foi uma noite bem passada.

quarta-feira, agosto 16, 2006

A propósito de pés...




Adoro sapatos! Sim...sou daquelas mulheres que, se pudesse, trazia a sapataria toda para casa. Pior ainda! Adoro sapatos de salto alto. Os sapatos de salto alto fazem sentir-me elegante, sexy, bonita... No entanto, os pés doridos, os pés inchados, a correria do dia-à-dia e o meu emprego não me permitem usá-los muito. Como tal, são relegados para as noites de fim-de-semana. Resultando, desabituei os pézinhos das alturas... Já não tolero os 7 ou 8 cms de antigamente. Agora tenho que me contentar com os 3, 4 ou 5 cms. : )


Contudo, parece que as meninas de Nova Iorque resolveram esta questão. Vão à faca! Sim...vão à faca! Entregam os pezinhos na mão de cirurgiões plásticos que lhes implantam produtos na planta do pé, e estes implantes permitem-lhes sustentar os 15 cms (sim, eu disse 15 cms!) de salto que estão na moda este verão. Depois desta intervenção, e depois de largarem 1000 dólares, as meninas de Nova Iorque dizem adeus aos pés doridos e percorrem livremente a cidade em cima dos seus Manolo Blanik ou Jimmy Choo.

Mas ainda há mais! Como os dedos são uns grandes empatas, quando queremos enfiar o nosso delicado pézinho dentro do sapatinho bicudo (sapato tipo bruxa), que tal cortarmos os dedinhos à medida do sapato?? Sim. Acreditem. Há quem pague 3.500 dólares para "limar" os ossos dos dedinhos.

Esta coisa de "limar" os dedinhos não é para mim. Só de pensar nas dores do pós operatório, arrepio-me toda. Mas confesso-vos que aquela ideia dos implantes agradou-me!!! Qual é a menina que não adoraria deixar de ter os pés doridos?? Qual é a menina que não adoraria dançar a noite toda em cima destes sapatinhos??




Ahh!! Como é bom sonhar!! : )


Fotos: A notícia veio no DN (13/08/2006), os sapatitos vermelhos vieram do Flickr, os rosa do google e os restantes são do Jimmy Choo.

Segredo 7

Hoje é um segredo futilzinho, mas é verdade!! Detesto isto... e foi o que mais vi nestas férias!! : (



Publicado no PostSecret há umas semanas

Hoje Sinto... - noite - dia 43 (15/08/2006) - ano 1

Hoje senti-me livre. A decisão que tomei já se vinha instalando em mim há algum tempo. Não a tomei antes porque não me sentia capaz de a cumprir. Ontem, depois de um encontro com o Meu ex-amor e a sua parceira, compreendi que a angústia e a dor que sinto nestes encontros tem que desaparecer. Penso que afastar-me, limitar comunicações, me fará bem. É um meio para me sentir calma. Sei que será assim, porque já aconteceu noutro momento da minha vida. Lembro-me que, num outro período, em que estivémos afastados, me sentia só, mas estava em paz. Sei que não vai ser fácil, mas estou decidida a reencaminhar as energias, que sempre utilizei para lutar por ele, para o objectivo de me afastar desta dor.

Em termos profissionais, estou com aquele friozinho na barriga. Aquele friozinho que nos dá quando estamos perante um experiência nova. Estou com algum receio. Penso que é normal, pois vou trabalhar para uma área nova e ainda desconheço os seus meandros. : ) De qualquer maneira estou cheia de força, porque é o início de uma reconversão profissional, é o início de um futuro profissional com maiores garantias profissionais e é o início do concretizar de um sonho.
: )

terça-feira, agosto 15, 2006

Goodbye my lover!

Estou de regresso! E volto carregada de energias para uma vida nova. Amanhã vou começar um trabalho novo e tomei a decisão de me afastar do Meu Amor. A sua presença ausente faz-me mal. A sua indiferença faz-me mal. A sua suposta felicidade faz-me mal. E eu quero voltar a sentir-me bem! "Goodbye my lover!"



Foto do filme Casablanca




Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
'Cause I saw the end before we'd begun,
Yes I saw you were blinded and I knew I had won.
So I took what's mine by eternal right.
Took your soul out into the night.
It may be over but it won't stop there,
I am here for you if you'd only care.
You touched my heart you touched my soul.
You changed my life and all my goals.
And love is blind and that I knew when,
My heart was blinded by you.
I've kissed your lips and held your head.
Shared your dreams and shared your bed.
I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.

Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

And I still hold your hand in mine.
In mine when I'm asleep.
And I will bear my soul in time,
When I'm kneeling at your feet.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.

James Blunt



quinta-feira, agosto 10, 2006

Uns dias de Praia


Foto: beach Umbrella By Lin Seslar


Caros amigos,
Estarei fora nos próximos dias e estarei longe de um computador com net. Como tal, não vos direi nada até dia 14.
Vou para a praia na zona de Aveiro. Vou apanhar um solzinho, para ver se deixo de fazer reclame à lixívia, ler, descansar muito e passear um pouco.
Espero vir pronta para o meu novo emprego.

Adeus...e até ao meu regresso.
Bjs, Menina Rabisco.

Hoje Sinto... - noite - dia 37 (09/08/2006) - ano 1

...a dor da rejeição.
...o amor/dor.
...que odeio sentir assim.
...frustração por não conseguir avançar para outro caminho. Devo afastar-me dele, mas luto constantemente com o querer aproximar-me...e repetir o ciclo de amor, rejeição, dor.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Hoje Sinto... - noite - dia 36 (08/08/2006) - ano 1

Hoje tive consciência de que reiniciei um ciclo de luta pelo meu amor impossível. Quero deixar de lutar. Quero quebrar o ciclo. Quero terminar com esta dependência.

terça-feira, agosto 08, 2006

Miami Vice - O filme




Ontem fui ver o Miami Vice e gostei. É um bom filme de entertenimento. Óptimo para descontrair. Excelente para as férias. A história aborda os temas do tráfico de droga, não é particularmente densa, mas escapa. Para além disso, gostei do facto de não ter as charopadas típicas dos filmes americanos. Tipo: o actor principal leva 30 mil tiros, mas ainda se consegue levantar para matar o vilão. Dentro do género até deve ser um dos mais realistas. Tem ainda a mais valia de ser protagonizado por dois homens cheios de charme, o Colin Farrell e o Jamie Foxx, e por uma actriz lindíssima, Gong Li [A protagonista de "Memórias de uma Gueixa"].



segunda-feira, agosto 07, 2006

Segredo 6



Publicado no PostSecret a 30/07/2006


domingo, agosto 06, 2006

Hoje Sinto... - noite - dia 34 (06/08/2006) - ano 1

Não me tem apetecido escrever sobre mim. Sinto que necessito dar um passo em frente, mas continuo a fugir de mim.

sábado, agosto 05, 2006



Fire and Ice by Elise Tomlinson

sexta-feira, agosto 04, 2006

Segredo 5


do PostSecret (30/07/2006)

Férias!


Já é oficial...
Estou de férias!!
Mas vão ser tão curtinhas... : ( : (
Dia 16 começo no trabalho novo!! : ) : )
Paciência!!

1 mês

Foto by DigitalVerve


Apeteceu-me registar a data!!
Há um mês que rabisco aqui...

Muito obrigada aos que me "ouvem"!!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Hoje Sinto... - noite - dia 31 (03/08/2006) - ano 1

De manhã acordei um bocadinho irritada. Estou desde 2.ª feira com a sensação de que apesar de estar em mini-férias ainda não consegui relaxar completamente. Ainda estou stressada com um conjunto de assuntos pendentes. Coisas chatas como ir ao banco, ir às finanças, pagar os seguros, meter o carro na oficina, levar o carro à inspecção, etc.

Depois da correria da manhã, comecei a sentir-me melhor. Depois do esforço para entregar o relatório, este foi o primeiro dia em que me comecei a sentir de "férias". Coloquei as aspas porque não estou bem em férias. Estou numa pausa entre trabalhos. Terei férias, propriamente ditas, se o próximo trabalho só começar em Setembro. Espero que assim seja. Há muitos anos que não tenho uma férias grandes e apetecia-me mesmo não fazer nada o resto do mês. : ) Amanhã já saberei!

De resto, tudo ok. Sem grandes rebaldarias. : ) : )

Expressões Curiosas 3 - Vai-te queixar ao Bispo!

Vai-te queixar ao Bispo!


Na altura em que o Brasil era uma colónia de Portugal, a fertilidade de uma mulher era um atributo essencial para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras descobertas. Por este motivo, a Igreja permitia que os noivos mantivessem relações sexuais antes do casamento, pois esta era a única maneira do rapaz descobrir se a sua futura esposa era fértil.

Mas adivinhem o que acontecia a maioria das vezes??

Claro!! O noivo fugia depois da relação para não ter que casar. A rapariga, desolada, ia queixar-se ao Bispo e este mandava um grupo de homens atrás do noivo fugitivo.




Foto Opportunity by Matti A.

Carnaval, sopa e comunismo

Cuba: Carnaval de Havana foi cancelado

As autoridades cubanas suspenderam hoje o Carnaval de Havana, a festa mais antiga e popular da capital cubana, que deveria começar sexta-feira, dois dias depois de Raul Castro assumir a liderança do país.

Hoje Sinto... - noite - dia 30 (02/08/2006) - ano 1

Hoje estive bem. Um pouco mais descontraída. Fui à praia e jantar com um amigo. Foi muito agradável. Deu para relaxar. Fora isto, a única coisa que consigo fazer é dormir. Acho que me estou a vingar das horas que não dormi no último mês. Estou tão cansada que sempre que me encosto a qualquer lado, adormeço (e isto para mim não é normal, porque costumo dormir pouco).

De resto, situação profissional será negociada na sexta-feira; férias? ainda não sei se tenho (depende de como correr a negociação!) ;) Amor: tudo na mesma! :)

Até amanhã.

Beijinhos.

quarta-feira, agosto 02, 2006

O olhar dos outros II

A Tessa comentou sobre O olhar dos outros

"Será o olhar dos outros que é castrador? Ou será a ideia preconcebida que tens do olhar dos outros? A ideia da rejeição constante dos outros que, como disseste, fazes repetir a partir do padrão de relação que tens/tinhas com o teu pai? Os outros, por vezes, olham-nos com amor e admiração mas somos nós que não lemos correctamente."

Admito que, em algumas situações, tenho uma ideia preconcebida sobre o olhar dos outros. Eu própria já constatei isso várias vezes, mas não sei se isso decorre da ideia de rejeição que referiste, se decorre de um conjunto de estereótipos que existem na nossa sociedade.

Enquanto estive a pensar no teu comentário apercebi-me que o olhar dos outros me perturba muito mais quando se refere à minha vida afectiva. Na minha vida profissional consigo aceitar/ler correctamente o olhar dos outros. Aceito bem os bons e os críticos. Consigo utilizar os críticos de forma positiva e crescer. No que se refere à vida afectiva não é assim. Neste campo os olhares críticos corroem-me.

No post anterior, quando me referi ao olhar dos outros, não me referia a um olhar qualquer. Referia-me ao olhar dos meus amigos sobre a minha vida e o meu amor. Como deves imaginar a situação que vivi não é facilmente aceite pela sociedade. Neste sentido, o olhar dos outros (dos amigos) também foi muito crítico. Alguns amigos e, principalmente, uma amiga importante para mim, não aceitaram o facto de eu optar por lutar pelo amor que sentia. Hoje sei que lutei em vão, mas naquela altura era o queria e sabia fazer.

Ouvi palavras duras. Houve uma crítica real aos meus actos. Foi uma crítica legítima? Na sua vertente moralista e hipócrita, não foi legítima. No entanto, hoje também compreendo que teve uma vertente protectora. Quiseram alertar-me para o facto de me estar a magoar a mim própria e eu não percebi. Hoje, embora perceba a intenção, ainda não aceito os comentários que me foram feitos. Foram agressões ao que eu optei por ser, foram agressões ao que eu era (ao que eu sou). Foram agressões ao que eu sabia (sei) ser.

Por ter entendido as palavras dos outros como uma agressão, resolvi ocultar-me. Escondo-me há muitos anos. Há muitos anos que os meus amigos não sabem nada...de nada sobre a minha vida afectiva. Falamos de tudo, menos disso. Eles tentam saber, mas eu optei por não falar nada.

Vocês poderão dizer-me "Não queres ouvir as verdades!". Eu digo: Não! Protego-me para não ouvir as SUAS verdades. Para não ouvir falsos moralismos. Para fazer respeitar a minha verdade. As minhas opções podem ter sido erradas, mas foram as MINHAS OPÇÕES. Foram o que eu na altura senti como certo.

Sinto o olhar dos outros como castrador porque, numa parte importante da minha vida (a minha vida afectiva), o olhar dos meus amigos não me deixou ser eu própria. Fujo da crítica que me desgasta, queima, corrói...e isso limitou a minha forma de estar no mundo. É um pau de dois bicos, mas para mim foi sempre mais tolerável ocultar-me.

Respondendo à tua questão, julgo que por vezes estereotipei/estereotipo o olhar dos outros tendo por base a ideia de rejeição, que aprendi da minha relação com o meu pai, mas não neste caso. Aqui houve uma incompreensão das minhas opções. Houve um julgamento porque eu optei por interpretar um papel diferente daquele que os meus amigos me tinham atribuído…e, na altura do julgamento, ninguém se lembra que todos temos telhados de vidro.


“Na generalidade, é claro, [as pessoas] representam o papel que a sociedade espera delas: casam, trabalham, têm filhos, fundam um lar, votam, tentam mostrar-se perfeitas e respeitar as leis. Mas cada uma delas - homens, mulheres, crianças - possui uma vida secreta da qual raramente falam e que quase nunca chegam a revelar. E esta vida secreta, para cada um de nós, encontra-se povoada de fantasias ardentes, necessidades incríveis e desejos sufocantes que não são vergonhosos em si, mas que nos ensinaram a considerar como tal...”

Sanders

Hoje Sinto... - noite - dia 29 (01/08/2006) - ano 1

Hoje senti predominantemente....
...fllutuações de humor;
...cansaço;
...irritabilidade;
...ansiedade (para resolver a situação profissional).

Vou dormir! Amanhã vai ser um dia melhor! : )

terça-feira, agosto 01, 2006

Fidel



Agradeço ao Buraco

Hoje Sinto... - noite - dia 28 (31/07/2006) - ano 1

Olá amigos. Regressei ao Rabisco (s). Este fim-de-semana não consegui escrever o Hoje Sinto... , porque depois de estar cerca de 16h por dia à frente de um computador, tive que fazer uma pausa.

Regresso hoje, a sentir muito cansaço. Só consegui finalizar completamente o relatório no domingo à noite. Em termos de conteúdo ficou pronto na sexta, mas as mariquices da formatação e dos gráficos roubaram-me um tempo considerável. Resultado: fim-de-semana a trabalhar; a dormir 4 a 5 horas; estou de rastos. O tico e o teco não conseguem processar um pensamento minimamente decente! : )

Se tudo correr bem, voltarei aos meus pensamentos, amanhã (ou seja, daqui a umas horinhas). Até já!