sexta-feira, agosto 18, 2006

O Meu "ex-amor"

Gostaria de dizer que o meu ex-amor já não está no meu coração, mas ainda não sinto isso. Chamo-lhe ex-amor porque não está comigo. Chamo-lhe ex-amor para me convencer a mim própria de que este é o seu estatuto. Infelizmente, o facto de sair com outras pessoas não quer dizer nada. Sempre saí com outras pessoas, mas coloco barreiras à aproximação. Coloco frequentemente barreiras ao início de um novo relacionamento. Com o amigo de que vos falei não está a ser diferente. Gosto de sair com ele. Divirto-me imenso. Mas é só isso. Ainda não criei espaço no meu coração para outro amor. Como diz a Tessa tenho que desfazer, cortar, quebrar as amarras para me sentir bem e amar outra pessoa.

SdA, o facto de eu enviar um beijo ao meu “ex-amor” não tem nada de puro. Pelo contrário. Tenho consciência de que este beijo está carregado de intenções. O facto de não me incompatibilizar com o meu “ex-amor” também não tem nada de puro. No meu caso seria melhor se houvesse uma incompatibilização. Facilitaria o meu processo de cura. No entanto, não me posso incompatibilizar literalmente/totalmente, porque este amor foi um amor escondido. É um amor “proibido”. Eliminar todos os laços faria com que todas as pessoas que nos rodeiam soubessem o que se passou.

Como vês, não tenho o segredo de “como manter a amizade com o ex-amor”. Mantenho a minha por factores externos. Mantenho a minha porque ainda não me consigo ausentar da sua vida. Mantenho a minha porque ainda não o consigo ver fora da minha. Julgo que as incompatibilizações nem sempre são más. Muitas vezes são um mal necessário para que fiquemos bem. Sei-o, porque já o fiz uma vez (com este “ex-amor”), e depois da angústia inicial, vivi os momentos de maior paz da minha vida.

Agora…só tenho coragem para me afastar, limitar os contactos, sem incompatibilizações.

Muito obrigado a todos pelos comentários. Ajudam-me a pensar.

Beijinhos, Menina Rabisco.

2 comentários:

Tessa disse...

Parece que Freud disse que nós não amamos o outro.
Amamos a nós próprios através do amor do outro por nós.
Faz algum sentido? Para ti?

JP disse...

O tempo é o que de melhor temos na vida. Só lhe damos o devido valor depois de o ter perdido, ou desperdiçado. Amizade e amor andam de mãos dadas, nunca existe a segunda sem a presença da primeira. Sei que não fui convidado mas o seu post é tão rico e merece tanto o meu comentário, que não resisti a ler quase tudo o que está por trás, e valeu a pena. Também eu escrevo divagante sobre tudo o que me vem à cabeça, exclusivamemnte para não falar de mim. Admiro-a pela coragem de expor aqui o seu ex-amor, mas o caminho tem dois sentidos, quem escolhe seguir um, não o pode partilhar com quem está noutro lugar ou vai em sentido oposto. Deixe esta rotunda.