terça-feira, agosto 22, 2006

Rotunda II - Resposta aos comentários

Obrigada a todos pelos comentários. Gosto muito destes diálogos. Desta troca de ideias.

Tessa,
obrigada pelos parabéns. Foi a minha primeira conquista nesta batalha que ainda vai ser longa. :)


Natasha,
não tenho a ideia de que todos os homens são todos iguais. Não gosto desses estereótipos. Se queres que te diga, quando penso na minha situação é raro colocar culpas. Não me culpo nem a mim, nem a ele. Penso assim porque já distrincei algumas das razões pelas quais nos escolhemos. São razões internas a cada um de nós e que transcendem as fronteiras da nossa relação. São razões que formataram toda a nossa vida e todos os modos como nos relacionarmos com os outros. São razões que afectam a nossa forma de amar qualquer pessoa, não apenas um ao outro. As minhas...já as expus um pouco aqui: relacionam-se com o modo de amar do meu pai. Das razões dele...falarei um dia.

O que questiono neste momento...é quem sou? Porque é que me comporto de determinada maneira? Porque escolho constantemente um homem que não se envolve?

Muitas pessoas dizem que não escolhemos a pessoa que amamos. Eu não penso assim. Penso que escolhemos as pessoas que podem satisfazer as nossas necessidades. Escolhi este homem porque com ele tenho a mesma forma de amar que tinha com o meu pai. Nas profundezas do meu inconsciente tento constantemente conquistar o amor do meu pai, através da conquista do amor deste homem. A charada para este problema está na minha relação com o meu pai e não na minha relação com ele. Quando eu pacificar completamente na minha cabeça e no meu coração, a ideia de que o meu pai me ama, conseguirei escolher uma pessoa que se envolva, uma pessoa que ame de modo diferente. Poderei aprender realmente que amor não é sinónimo de dor.

A resposta ao quem sou eu ainda está muito escondida, mas também está muito relacionada com tudo isto. Julgo que o facto de pensar que o meu pai não me amava, destruiu a minha auto-estima, o meu amor-próprio. É por isso que eu permito que me "desamem" desta forma. Nos recôndidos do meu inconsciente penso: "se eu não mereço o amor do meu pai, não mereço o amor de ninguém. Não mereço nem o meu próprio amor." Ao pensar assim permito o desamor, o abuso emocional, por parte da pessoa que escolhi para amar.

Às vezes questiono-me: será que o amo mesmo? Ou amo a ideia da conquista!? Amo este processo de luta, esta excitação!? Amo esta montanha russa de emoções que me ocupa a mente e me esconde de mim!?
A intensidade das emoções que vivo é um óptimo escudo do que realmente sou. Escondo-me para não ver que não gosto de mim. Escondo-me de mim, para não ver que autorizo este desamor. Deste modo, a minha auto-estima, não foi destruída por ele, não foi destruída pela nossa relação. A minha auto-estima já estava destruída há muito tempo. Caso contrário, ele nem teria entrado na minha vida!

Jorge,
muito obrigada por confiar em nós. : ) Força!!

Um abraço forte a todos.

3 comentários:

JP disse...

A nossa autoestima merece sempre uma reconstrução, sem intervenção cirúrgica. Bastam umas quantas palavras, no momento certo, para nos levantar do poiso lamacento onde só o salgueiro sobrevive, mas de onde nunca sairá, vivo. O pântano sem água é um deserto. Que tal se eu lhe disser, que sem nunca a ter visto nem imaginado a acho linda? De verdade!
Pela avaliação que faz de si própria, tem tudo para ser mais feliz. Despiste-se dessa contramão.

Anónimo disse...

Olá minha querida.
Gostei muito da forma como escreveste hoje.
No entanto, não acredito que a tua auto-estima esteja destruída.
Ela existe e está só abalada.
Estás com muitas dúvidas acerca de ti. Mas posso dizer-te que poderás avançar mais se aceitares que és como és.
Perceber como és e aceitares, esse é o segredo. A haver mudança ela só acontece depois da aceitação.
Um beijinho grande.
Tessa

Menina Rabisco disse...

Tessa,
também acredito nessa ideia de auto-aceitação, mas sinto que me falta desvendar algumas coisas sobre o meu eu.
Lá chegarei.
:)
Obrigada, beijinhos.
Menina Rabisco