quarta-feira, julho 05, 2006

Hoje sinto... - dia 1 - ano 1

Iniciei o Rabisco (s) com vários objectivos:

1. Conhecer-me a mim mesma;
2. Espantar os fantasmas do passado;
3. Aprender a mostrar-me aos outros;
4. Aprender a confiar nos outros;
5. Aprender a não ter medo que os outros me (re)conheçam;
6. Mudar alguns padrões de comportamento que eu já reconheço como maus para mim.

Sei que escrever num blog, sob a capa de um nome fictício, não é a mesma coisa que dar-me a conhecer a alguém. No entanto, também sei que, quem me conhece, se algum dia encontrar o Rabisco (s), me reconhecerá. Este é o meu ponto de compromisso. É o ponto de compromisso que consigo aceitar neste momento.

Espero, no futuro, conseguir mostrar o rabisco (s) a alguém próximo de mim.
Quero um dia mostrar quem sou a alguém próximo de mim!

HOJE...

Comprometo-me a escrever diariamente, SEM MEDO, o que sinto.

HOJE...

sinto-me bem. Sem as ansiedades e as angústias de ontem.

Ontem estava ansiosa, mas sem razão. Digo, sem razão, porque não tenho um motivo palpável, um motivo da vida quotidiana (como, por exemplo, a doença de alguém querido). Ontem estava ansiosa, como estive grande parte da minha vida. Estava ansiosa...porque tenho medo de não ser amada. Nunca me senti amada: na infância, na adolescência, na juventude.

Tenho medo de não ser amada de uma forma geral!

Tenho medo de não ser amada pelo meu amor.
Tenho medo de não ser amada pelos meus pais.
Tenho medo de não ser amada pela minha irmã.
Tenho medo de não ser amada pelos meus amigos.
Tenho medo de não ser amada pelos meus conhecidos.
Tenho medo de não ser amada pelos meus vizinhos
Tenho medo de não ser amada pelos desconhecidos.
Tenho medo de ser rejeitada, ignorada, odiada, pelo que sou.

Não quero continuar a sentir-me assim na vida adulta!

Tenho medo de não ser amada porque...
...nunca recebi carinhos do meu pai (um dos pilares da minha vida). A fundação que, ainda hoje, me suporta e apoia, não me mostrou, não me mostra, não me sabe mostrar o seu amor. Ele sente-o. Eu sei que sim. Mas a falta de demonstrações de afecto, durante toda a minha vida, deixou marcas (profundas).

Inconscientemente sempre pensei que o facto de ele não demonstrar que me ama, significava, realmente, que ele não me amava.

E...se ele, que é meu pai, não me ama, quem me poderá amar?


O primeiro fantasma já está...no exterior de mim!!! Ainda não está fora de mim!!! Ainda!!!

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