terça-feira, outubro 31, 2006

segunda-feira, outubro 30, 2006

O Fim da Magia


(Clica na imagem para aumentar)

Segredo 10

Fonte: PostSecret

Faço-o, porque tenho a mania de que posso aguentar tudo sem a ajuda de ninguém!
Faço-o, porque me vejo como uma pessoa forte e admitir, publicamente, que me sinto só, é um sinal de fraqueza.

sábado, outubro 28, 2006

Inveja

Sinto toda a possível e imaginária...
...de quem consegue refazer a vida.

Fim-de-Semana

Só ao fim-de-semana me sinto mal.
Só ao fim-de-semana tenho tempo para pensar em ti.
Só ao fim-de-semana tenho tempo para pensar em mim.
E...olhar-me
E...ver-me...
Só...
Dói.

Nunca e Sempre

"Always and never are two words you should always remember never to use."

Wendell Johnson

quinta-feira, outubro 26, 2006

Minha vida, Minha Sorte


Minha vida, minha sorte (1997)
de Juarez Machado n'O Século Prodigioso


Parece estar a ver...
...a vida passar...
...a sua vida passar-lhe ao lado...
...a sua vida passar-lhe ao lado por desamor...
...a sua vida passar-lhe ao lado pelo desamor do seu homem...
...a sua vida passar-lhe ao lado por desamor de SI!!

E a minha está-me a passar ao lado? O que não vivi e poderia ter vivido? O que perdi? O que ganhei...por te amar, e só por te amar?


(Adenda às 3.20h - 27/10/2006)
Está à procura da sorte na rua, mas não deixa a segurança da sua casa, o amparo da sua janela.

Contradição


Não
me lembres o tempo
que me lembras de mim
e eu quero a amnésia
não sentir…não pensar…

eu louca em busca
da paz e do silencio
quando a tempestade
é que me contagia.



Ângela Santos

quarta-feira, outubro 25, 2006

segunda-feira, outubro 23, 2006

Crucificação


Dr. Phil deixou-me um comentário ao post Pensamento de hoje - 21-10-2006, que cito e passo a comentar.

"E a seguir? Que tal mandares castrá-lo?
Tenho acompanhado o teu blog desde que o descobri há uns tempos.
Embora tenha estabelecido, inicialmente, alguma afinidade com a tua história, não posso deixar de vir em socorro do pobre diabo que pareces querer crucificar em praça pública. Fiquei com a ideia que o intuito do teu blog seria a de expurgares os fantasmas, ganhares confiança em ti própria e seguires em frente. No entanto, o que noto, nestes últimos tempos, é a tua vontade de te manteres numa situação que te é prejudicial (com o beneplácito de um júri parcial, a quem não é dado conhecer a outra versão da história).
Lá diz o povo que "quem está mal, muda-se". E tu que fazes? Um escrutínio absoluto do comportamento do pobre diabo, para justificar o quê? A tua própria insegurança em avançares? É com bastante segurança que afirmas que escolhes com quem andas..."

O meu objectivo com este blog é expressar tudo o que consigo escrever/descrever. Às vezes digo o que é politicamente correcto, outras vezes bato no ceguinho. O que escrevo depende apenas do que sinto no momento. Se sinto amor, expresso amor. Se sinto raiva, expresso raiva. Escrevo o que sinto sobre os comportamentos e atitudes da pessoa que amo, para tentar compreendê-las. Para que elas deixem de me magoar.

O meu objectivo não é crucificá-lo, mas tenho dias em que o crucifico. O meu objectivo não é amá-lo, mas tenho dias em que o amo muito. São os dois lados da minha balança. É o amor e o ódio que nunca se separam dentro de mim.

É destas descrições de sentimentos, que tento retirar algum (auto-)conhecimento. Às vezes retiro. Outras vezes, não. Às vezes aprendo algo de imediato. A maioria das vezes só o tempo e a releitura permitem alguma compreensão. Gostaria que a evolução fosse mais rápida, mas não é. Eu ainda resisto a mudar. Tenho medo da mudança. Tenho consciência disso. Ainda não me consigo ver sem ele na minha vida. Faltam-me dar alguns passos para ultrapassar esta limitação.

Quanto às versões da história, é verdade que só tenho mostrado a minha versão, mas não poderia ser de outra forma: o blog é só meu! É feito apenas por mim e para mim. Posso contar um pouco sobre a outra parte, mas mesmo nessa situação serão sempre as minhas palavras sobre Ele ou sobre uma situação. Nunca será a sua própria visão. Nunca haverá isenção completa. De qualquer modo, no futuro, vou tentar ver o outro lado.

"E quanto ao afastamento? A vossa história já é longa... Será ele que, de um momento para o outro, resolveu afastar-se de ti ou tu que o estás a obrigar a isso?"

Infelizmente não sou eu que me estou a afastar. Se fosse, era sinal de que já teria coragem para mudar. O afastamento partiu dele. Num momento em que foi necessário decidir entre mim e a namorada, depois de me dizer que gostava de mim, ele optou por se manter com a namorada. Como é que eu devo aceitar isto?? Com benevolência?? Não consigo. Sou humana. Sinto raiva, revolta, amor, ódio...e apetece-me partir os pratos todos!!! No entanto, só os parto aqui. Só aqui o faço. Só aqui o posso fazer. Talvez seja por isso que me acusas de crucificação, porque só aqui posso expressar os maus sentimentos. Talvez o esteja realmente a crucificar. Se assim for, paciência! Ainda não consigo agir de outra forma. Se um dia tiver consciência de que errei, serei a primeira a admití-lo.

Dr. Phil, apesar das críticas, gostei muito do teu comentário. Gostei das farpas e da "chapada". São muitas vezes estes comentários que me fazem pensar. Volta sempre. Comenta mais vezes.

Beijinhos. Menina Rabisco.



Foto: Truth, by Gotiersjf


domingo, outubro 22, 2006

Segredo 9


Todos os dias desejo que vejas isso!!


Fonte: PostSecret, 22-10-2006

Pensamentos de hoje - 22-10-2006

Invasão de sentimentos opostos.
Ontem, quando me convidaste para dançar, invadiram-me sentimentos opostos. Foi bom voltar a sentir-te. Foi bom sentir o teu corpo, o teu cheiro, o teu toque. Foi mau sentir a barreira entre nós. Senti entre o meu rosto e o teu, a tua namorada, o olhar dos nossos amigos, a nossa distância diária, os problemas de comunicação... Senti entre o meu rosto e o teu o nosso querer estar, sentir e ser. Senti entre o meu rosto e o teu a opção de me afastares! Senti entre o meu rosto e o teu a tua opção de não me quereres...mesmo querendo!

Nunca nos deste uma hipótese! Isso não te perdo-o.

sábado, outubro 21, 2006

Pensamento de hoje - 21-10-2006

Convidaste-me para jantar em tua casa. A tua namoradinha não está. Convidaste-me a mim, uma amiga minha e um amigo teu. Jantar a quatro, dizes tu.

Não me mandes para cima de amigos teus, porque eu escolho com quem ando.

Não tentes arranjar a quarta amante, porque eu parto-te a cara!! (É claro que não parto. Mas que tenho muita vontade, tenho!!)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Guerra Civil

É contra mim que luto.
Não tenho outro inimigo.
O que penso,
O que sinto,
O que digo
E o que faço,
É que pede castigo
E desespera a lança no meu braço.

Absurda aliança
De criança
E adulto,
O que sou é um insulto
Ao que não sou;
E combato esse vulto
Que à traição me invadiu e me ocupou.

Infeliz com loucura e sem loucura,
Peço à vida outra vida, outra aventura,
Outro incerto destino.
Não me dou por vencido,
Nem convencido.
E agrido em mim o homem e o menino.



Miguel Torga (Escritor e poeta português, 1907-1995)

terça-feira, outubro 17, 2006

Terra em Miniatura

Paremos para pensar um pouco no Mundo...


Pensamentos de hoje

Fiquei a pensar num pensamento que escrevi ontem:
"Amo a ideia que criei de ti, quando não correspondes revolto-me por não seres como imagino/imaginei."

Revolto-me com quem?

O ridículo da questão é que me revolto contigo. Revolto-me como se tu não tivesses o direito de ser quem és. Como se tu não tivesses o direito de escolheres quem queres ser. Como se tu não pudesses ser o que o teu auto-conhecimento te permite ser.

Reconheço agora egoísmo e a arrogância deste pensamento. Logo eu, que tenho a mania que respeito tudo e todos, digo uma asneira destas!! Mas o pior não é dizer. O pior é sentir isto de uma forma tão atroz, avassaladora, invasora e desestruturante de mim.

Sentir isto desestrutura a minha auto-imagem.

Não me considero uma pessoa egoísta, arrogante e desrespeitadora dos outros. Sei que a maioria das vezes não o sou. No entanto, fica aqui um exemplo da falência destas características...

...e logo relativamente a uma das pessoas que mais amo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Anúncio do ano



eheheheh... é o sku lá do sítio!!! eheheheh

Via e-mail

Actividades Favoritas


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Pensamentos de hoje

- Amo a ideia que criei de ti, quando não correspondes revolto-me por não seres como imagino/imaginei.

- Tu decidiste afastar-te, mas nos momentos em que estamos reunidos com os amigos evidencias provas de que pensas em mim. Em que ficamos? Já te decidiste? Ainda não te decidiste? Sinto que já, mas não quero acreditar.

- Não compreendo porque não decido eu. Eu poderia decidir que acabou. Já o tentei, mas ainda não o assumo realmente. Estou sempre à espera que ainda não tenhas decidido; estou sempre à espera que tomes outra decisão; estou sempre à espera de que te decidas por mim.

- Ainda organizo os meus tempos, em função dos teus tempos. Para quê? Que pretedo eu? Provavaelmente, martirizar-me.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Estranho sentimento de PODER II

Comento aqui os comentários ao Estranho sentimento de PODER...e questiono-me mais um pouco!

PP: "O amor o que é? Não se pode viver uma saudade eterna no amor pois ele é mútavel. Esse poder que sentes é talvez o início da tua libertação. Deves acima de tudo amar te a ti mesma primeiro."

O início da libertação? Será? Espero que sim. Mas pergunto: será a libertação deste amor ou desta forma de amar?

Tenho medo que não seja desta forma de amar. É esta forma de amar que tenho que mudar. Reparo hoje que, quando olho para um homem e o considero atraente, considero apenas apenas os homens que se mostram seguros para o mundo, mas destrinço neles uns laivos de fragilidade, de carência, de insegurança. Por outro lado, são sempre homens emocionalmente inacessíveis. No fundo, são pessoas de quem teria de cuidar e por quem teria de lutar / sofrer...e constato que a história se pode repetir.

Quero que a libertação seja a desta forma de amar...e quando aprender a amar-me, aprenderei amar de outro modo, deixarei de amar quem amo, deixarei de lutar por quem luto, deixarei de olhar apenas para este tipo de homens, passarei a olhar para pessoas com outras características psicológicas e para pessoas emocionalmente acessíveis.

A questão retorna a mim: amo-me? Aceito-me como sou? Às vezes sim, às vezes não. Quando me amo, sou segura e não luto por amores impossíveis; quando estou carente e me sinto um trapo velho, volto à luta pelo inacessível.

A Tessa diz-me muitas vezes que o passo para a mudança é aceitarmo-nos como somos. Concordo, mas pergunto: já me aceito? A aceitação é termos a capacidade de ver e encarar as nossas fragilidades? Já vejo algumas, mas será que já as vejo todas? Já consigo dar o próximo passo? Já terei a coragem de começar a mudar comportamentos que me fazem mal? Às vezes tenho, outras vezes não.

Faz todo o sentido: "À medida que o tempo passa ficamos sem saber se ainda o amamos, ou se simplesmente amamos o amor que um dia sentimos."

Eu pergunto-me muitas vezes isso mesmo. Amo-o a ele ou a este amor? Amo-o a ele ou a esta forma de amar? Às vezes receio apenas amar estar forma de amar. Daí as minhas questões "amo-te a ti ou amo os meus comportamentos? Amo-te a ti ou amo as minhas desordens? Orgulho-me das minhas desordens? Defino-me por elas?"

Acho que me defino. Por isso é que tudoé mais difícil. tenho que redefinir a minha identidade pessoal.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Nas alturas...Estou Feliz!!!


Depois de muito tempo com uma vida profissional instável, finalmente sinto que começo a ver os rendimentos de tantos anos de luta. A inversão da minha carreira para outra área foi uma das melhores decisões que tomei na vida. Gosto imenso do que faço, sei fazê-lo, estou a ser bem sucedida, gosto das pessoas com quem trabalho, o ordenado não é mau e as perspectivas de futuro são de crescimento.

Os pontos menos positivos são problemas de interligações entre empresas, alguns atrasos de papelada legal, a responsbilidade que ainda carrego nos ombros, mas que estou a começar a distribuir por outras pessoas. Assim o fardo é menos pesado para todos.

Se fizer um balanço, os pontos positivos são tantos que os negativos estão a ser minorizados.

Estou feliz e há algum tempo que não me sentia assim. Afinal, o trabalho também trás felicidade. Eu estou nas alturas.


Foto de Jose Luis Mendes

segunda-feira, outubro 09, 2006

Serviço Público


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Fonte: Oh Captain via e-mail

sábado, outubro 07, 2006

Aquecer este blog...

O JP escreveu-me a dizer que este blog anda morno. Tens toda a razão!! Eu quero aquecê-lo com as confissões e debate de ideias do costume, mas infelizmente, não tenho tido disponibilidade mental para pensar em mim. Não tenho tido disponbilidade mental para escrever alguma coisa decente. Tenho estado ora contente e feliz, ora stressada, preocupada e angustiada.

Motivo? O novo trabalho.

O novo trabalho tem-me absorvido de uma forma que eu não pensei possível. Ainda não consegui fazer uma barreira entre o tempo e a disponibilidade mental para o trabalho e o tempo e a disponibilidade mental para mim.

Explico porquê:
sou Técnica Superior de Segurança e Higiene no Trabalho e, se não contarmos com o estágio, esta é a minha primeira experiência de trabalho na área. Para além disto, comecei a trabalhar no ramo da construção, que também é um meio novo para mim. A minha inexperiência faz com que, por vezes, me sinta meio perdida nestes novos mundos. Ainda tenho muitas questões a explorar. Ainda tenho que aprofundar alguns conhecimentos, mas estes não são obstáculos difíceis de ultrapassar. Gosto muito do trabalho, não tenho preguiça de trabalhar/estudar e estou motivada para este esforço acrescido. (Daí que passo o dia e o serão a trabalhar...deixando este blog um pouco abandonado...)

A angústia e ansiedade residem noutros elementos deste novo trabalho.
Primeiro, os riscos a que os trabalhadores estão sujeitos. Os piores são o risco de queda em altura e risco de electrocussão.

Em segundo lugar, tenho funções de coordenação e fiscalização da segurança. Ou seja, tenho como principais responsabilidades proteger os trabalhadores dos riscos a que estão sujeitos e desresponsabilizar legalmente o dono de obra (e a mim própria) em caso de acidente. Este trabalho exige a organização de muita papelada, implementação de métodos de trabalho seguros, (in)formação e sensibilização dos trabalhadores para comportamentos seguros e para utilizarem os equipamentos de protecção, etc. Também não é nada que não seja possível fazer, mas é algo que leva tempo. A minha angústia vem desse período de tempo. Enquanto não estiver tudo organizado e implementado continuamos a trabalhar sem conseguirmos proteger completamente os trabalhadores e sem estarmos nós legalmente protegidos.

Receio que aconteça alguma coisa. Não quero ter uma morte às costas porque não tive tempo de organizar tudo. Não quero todos os problemas que podem advir daí, como processos em tribunal, julgamento, coimas e outro tipo de condenações.

Por outro lado, a coordenação e fiscalização também são situações novas. Este trabalho exige de mim comportamentos completamente distintos. Por um lado, tenho de ser exigente e dura, mas diplomática e assertiva quando faço os meus pedidos (exigências) aos empreiteiros Por outro lado, tenho que ser flexível perante a realidade, porque as coisas não mudam de um dia para o outro. No fundo ainda não estou a fazer fiscalização. O meu trabalho agora é mais de sensibilização para conseguir mudanças...e é este trabalho que me dá mais prazer. Julgo que a fiscalização vai ser uma pedra no meu sapato, porque pode gerar penalizações para os subempreiteiros, pessoas com quem eu lido todos os dias, pessoas com quem eu já estabeleci alguma empatia. Receio que a fiscalização (propriamente dita) venha criar resistências à mudança e resistência à minha pessoa. Tenho que ponderar bem o modo como a vou fazer.

A maioria dos dias até acho que tenho jeito para este trabalho, pois já tive algumas conquistas no terreno. Por exemplo, já consegui sensibilizar alguns trabalhadores para um conjunto de situações de perigo e para o uso dos equipamentos de protecção. As pessoas não rejeitam peremptoriamente o que digo. Pelo contrário, têm-me ouvido, não rejeitam as minhas visitas, já vejo resultados do trabalho de sensibilização. Por outro lado, o Dono de Obra também está satisfeito com o trabalho e vamos assinar contrato esta semana.

Noutros dias a falta de alguns conhecimentos mina a minha confiança e surge o medo de errar, de dizer asneiras, de não conseguir sensibilizar os trabalhadores. Mina a minha capacidade de argumentação, de persuação, de mobilização... No fundo tenho medo de ser apanhada em falso. tenho receio de ser descredibilizada, pelos/perante os trabalhadores, por dizer alguma asneira. Eles são quem conhece melhor o seu trabalho e as suas condições de trabalho. São pessoas muito experientes...e eu ainda não sou.

Deste modo, no último mês e meio tenho vivido momentos muito bons de realização pessoal, mas também grandes momentos de angústia pelas responsabilidades associadas a este trabalho: a responsabilidade pela protecção da vida dos trabalhadores, a responsabilidade legal e a responsabilidade de saber coordenar e fazer-me ouvir.

Tudo isto me fez esquecer de mim, me fez abandonar o meu projecto de auto-conhecimento. Ou melhor, estou a explorar outras facetas de mim. Estou a explorar mais as competências psicológicas que tenho que utilizar diariamente no meu trabalho e deixei um pouco de lado os conflitos internos que me motivaram a iniciar este blog. Perante as minhas preocupações actuais, as questões afectivas aparecem minorizadas. Não sei se isto é bom se é mau. Talvez seja mau. Por que se eu recuperar/curar a minha auto-estima, provavelmente, terei mais competências para enfrentar os desafios do trabalho. Por outro lado, tenho receio que este espaço que estou a atribuir ao trabalho sejam uma forma de não me enfrentar, sejam uma forma de não me ver, sejam um modo de me esquecer de mim, sejam uma forma de anular os meus conflitos internos. Será?

Vou fazer um esforço para voltar a pensar em mim. Vou voltar a aquecer este blog.


Foto: Sensuality of fire, by Fubuki


segunda-feira, outubro 02, 2006

Ok Teleseguro

Se eles garantirem este atendimento de qualidade...
...vou já telefonar ao Rui! : )

Trabalho, stress, costas e Dulce.

Amo o meu trabalho novo, mas ainda não me habituei ao acréscimo de responsabilidades. A cabeça não pára e o corpo ressente-se. A correria, o stress e a adrenalina deixaram-me um peso nos músculos das costas.

Hoje preciso da Dulce e de poesia para relaxar.


Foto: Se uma gaivota viesse..., de FGC



Quando olho para mim não me percebo


Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei-de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente, reparei
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.


Lisboa, (uns seis a sete meses antes do Opiário) Agosto 1913



Álvaro de Campos